A pequena Rebeca Tosta, hoje com 4 meses e 17 dias de vida, é uma bebezinha que em abril, quando tinha 28 semanas na barriga da mãe Uaquila Tosta, foi diagnosticada com cardiopatia congênita após um exame de ecocardiograma fetal, solicitado durante uma consulta de pré-natal pro uma enfermeira da UBS Bela Floresta, em Ouro Preto do Oeste. Uaquila permaneceu por 70 dias em São Paulo, a bebê foi tratada ainda no feto, aos três dias de nascida passou por uma delicada cirurgia no coração, e teve que permanecer em uma UTI por vários dias. Hoje, a bebezinha está em casa, e sequer faz uso de medicamentos. A cirurgia no HCor, em São Paulo, foi realizada com suporte do Programa de Apoio Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS, do Ministério da Saúde. Em Ouro Preto, desde a equipe da UBS a do TDF – Tratamento Fora do Domicílio prestou todo o apoio, inclusive com fornecimento de carro para levar e buscar a mãe e a bebê.
O problema grave no coração demandava de a mãe viajar para fora de Rondônia antes de completar 36 semanas de gestação, pois não poderia viajar de avião para fora do estado. Uaquila Tosta tem 28 anos, é casada com Amauri, reside na Linha 81 km 16, e é mãe do Enzo e da Rebeca. durante a gravidez, ela realizou o acompanhamento pré-natal na UBS Bela Floresta.
“Quando a enfermeira que me acompanhava solicitou o ecocardiograma fetal, com 28 semanas de gestação. Durante o exame do ecocardiograma, o cardiologista Marcelo Salame nos deu a notícia de que minha bebê havia detectado um probleminha no coração, e que não aconselhava ter ela aqui no nosso estado, por não ter o suporte suficiente pra receber ela após o nascimento”, recorda Uaquila.
Durante consulta com a médica Dra. Claudete, no AME, ela explicou a Uaquila que o caso da Rebeca era complexo, ela tinha coarctação da veia aorta, era estreita fazendo com que não bombeasse sangue suficiente para os outros órgãos dela. Mas até aí, Uaquila e o marido achavam que a viagem para outro estado seria por conta própria. “Naquele momento meu mundo desabou, eu e meu esposo Amauri saímos da clínica abalados, e a partir daí o que era uma gravidez normal, passou a ser uma gravidez de alto risco pois também descobri que estava com diabete gestacional, fui encaminhada a passar com obstetra e com a cardiopediatra. Eu sempre falo, quando colocamos Deus na frente de todas as coisas, tudo dá certo”, lembra a mãe.
Há casos de viagem pelo TFD que demoram até 3 meses para o estado liberar passagens, mas no caso de Uaquila e Rebeca com 15 dias ele foi aceito em São Paulo pelo Hospital do Coração, conhecido por HCor, e a assistente social do hospital referência global em cardiologia localizado na capital paulista entrou em contato com a mãe informando que a consulta e o exame ecocardiograma fetal já estavam agendado pro dia 7 de abril em São Paulo. “No meu caso, no dia 05 de abril eu estava viajando pra São Paulo, o nosso município disponibilizou o carro pra levar eu e minha mãe pois ela seria minha acompanhante”.
Dona Selma, mãe de Uaquila e avó de Rebeca, acompanhou a filha na viagem e ajudou cuidar da netinha em sua recuperação
Rebeca ficou 26 dias no Hospital de São Paulo, teve algumas complicações, teve infecção e anemia, teve que tomar bolsa de sangue, e devido ter furado duas vezes a mesma veia jugular dela ela teve um trombo, na qual a vascular tinha falado que possivelmente só iria ser desfeito quando ela estivesse adulta, “A Rebeca teve alta no dia 13, data em que ela completo seu primeiro mês de vida, ela veio pra casa tomando o medicamento AAS, por causa do trombo, no dia 12 quando a médica informou que no outro dia teria alta direto pra casa, entrei em contato com o TFD em Ouro Preto do Oeste, e rapidamente eles providenciaram a passagem, quando chegamos no aeroporto de Porto Velho era umas 23:00 horas já estava o motorista nos esperando”, conta Uaquila.
A pequena Rebeca é um exemplo muito forte de fé, para a família um milagre e, claro, graças a rede de apoio recebida do município e do estado para que a cirurgia fosse realizada no hospital de referência no país, que fica em São Paulo. “Hoje Rebeca está com quase cinco meses de vida, fazemos acompanhamento dela com a doutora Claudete, no AME, o comprimido de AAS que ela tomava foi suspenso pois o trombo desapareceu na segunda ultrassom que fizemos quando chegamos, Rebeca não toma medicamentos, somente vitaminas que todos os bebês fazem uso nos primeiros meses de vida. Quando falamos que ela não toma medicamento pro coração as pessoas nem acredita”, destaca Uaquila.
A mãe e a filha estão bem em casa, Uaquila disse ter ficado impressionada com a quantidade de mulheres de Rondônia, inclusive de Ouro Preto do Oeste, que ela encontrou em São Paulo com problema de saúde semelhante ao verificado em Rebeca, ainda em situação fetal.
GRATIDÃO
Hoje, ela e a família é só agradecimentos pelo apoio recebido: “Eu quero ressaltar que não tenho que reclamar de nada somente agradecer. Pois tive todo suporte e não tive gasto com nada, nem com as passagens pra ir e voltar tanto pra mim e para minha mãe”, disse, agradecida.
Amauri, com os filhos Enzo e a Rebeca, que não aparenta ter recebido atenção ainda na barriga da mãe, ter passado por cirurgia do coração logo no nascimento, e a cada dia mostra desenvolvimento e saúde
Fonte: https://correiocentral.com.br